terça-feira, 29 de maio de 2012

Dedique-se à Você!




Gosto muito de escrever e sempre tive bastante facilidade, às vezes de forma prolixa outras curta e grossa mesmo, mas o tema de hoje me deixa meio perdida, penso que por não saber por onde começar e também quanto de mim quero e posso expor para que este texto sirva de exemplo, reflexões e mudanças nos cotidianos das pessoas.

            Mas como estudante de psicologia minhas tendências de escrita vão lá à infância e desde autores como Freud, Lacan, Winnicott, sabemos que são as marcas dos primeiros anos de vida que constituem nossas estruturas, digo estilos de vida.

            Primeiro não sei quantas pessoas já pararam para pensar na existência de uma história alimentar, tipo o que você comia desde pequenininho, esses são fatores impreteríveis para não somente decidir fazer uma dieta hipocalórica e ponto, mas também para promover mudanças de hábitos que não são fáceis de serem transgredidos, porém não impossíveis, afinal não somos mais crianças e podemos muito bem fazer nossas escolhas no supermercado, na lanchonete, nos tais dias de lixo das dietas, enfim.

            Então se você nunca pensou nisso, acho um bom início, diria uma boa pergunta: Quanto de infantil há em sua alimentação? Quantos chips, bolos e derivados ainda fazem parte do seu cotidiano, tipo coisa que mãe compra pra agradar o filho e fazê-lo calar a boca DELIBERADAMENTE, seja onde for?

            Acho que somos muito infantis na vida, principalmente no que se refere a alimentação, eu mesma desde pequena tirava os recheios das bolachas e os comia na frente da televisão, chorava quando não tinha chocolate em casa, ou qualquer coisa que gostaria de comer, mas quem disse que eu sentava a mesa para almoçar, jantar, café da manhã então, era na escola com massinha e laranjinha água da serra, RS.

            Gostava de jogar futebol, mas com uma alimentação tão rica em energia, possivelmente vocês devem imaginar qual era a minha posição no time né? Vai pra gol, escuto isso até hoje, rs

            Ficava deliberadamente irritada e claro as coxinhas, pastéis e bolos eram super bem-vindos para descontar a raiva naqueles magros atacantes do nosso timinho de futebol.

            Dai é chegada a adolescência, as paqueras, histórias de namoricos e nesta etapa o que vale mesmo é o corpitcho e ser gordinha nesta fase da vida é algo do tipo assexual, de se olhar no espelho e chorar, NINGUÉM GOSTA DE MIM!!!

            Morava no interior e bem no interior de Jaraguá do Sul e em uma garagem havia algo do tipo academia, comecei a ir, esteira, esteira, esteira, fui perdendo uns pesinhos, vendo que se não comece os hambúrgueres adolescentes o quilinhos baixavam mais, ia sempre eu e a minha mãe, por esses tempos com uns 12 ou 13 anos pesava uns 70 kg, algo do tipo, fui perdendo nesta tal academia de garagem, cheguei aos 50 kg, mas sem orientação de nutricionista, chegou o dia em que me irritei e desisti, voltei aos hambúrgueres e afins.

            Mais perto dos 15, tava de novo nessa de querer sair, ser vista, paquerada, então procurei novamente uma academia, essa no centro da cidade, ia quase sempre e fazia acompanhamento com nutricionista, dai também deu pra perder uns quilos do tipo aos 53 por aí, tava legal!!!

            18 anos, que profissão seguir? Pra onde ir? O que eu sei fazer? E o meu namorado? Sou professora de violão, gosto de dar aula, onde tem a faculdade? Blumenau! 2005, cheguei!

            Morava em uma quitinete de 30 metros quadrados, só sabia fazer miojo e usar o micro-ondas, dai um, dois, cinco, cheguei a quase 83 quilos, quando em meio a isso decidi provar para mim mesma que poderia emagrecer, iniciei sem acompanhamento algum e fui parar em algo do tipo um pedaço de bolo por dia, preferia isso, me alimentar por prazer do que por necessidade, famosa frase de comer para estar vivo, fiquei anêmica, claro, e no meio disso os cigarros apareceram como uma solução para a ansiedade dos 30 metros quadrados (fumados ali dentro mesmo), a solidão e os únicos doces diários, que permaneceram até algum tempo atrás.

            Durante a minha terapia surgiram algumas falas do tipo PRECISO MUDAR DE LUGAR, não era só de endereço que falava, mas de outro chão par pisar e me construir enquanto menos infantil-adolescente, já que adulta ainda não me considero, rs

           Procurei, procurei e putz PERTO DO PARQUE RAMIRO RUEDIGUER, tinha árvores e ainda tem em frente a sacada, era aqui e continua sendo que queria viver!

            Por aqui a vida foi se tornando menos pesada, os cigarros já eram pelo menos fumados na sacada, ainda assim a alimentação infantil permanecia e os cigarros juntos ao sedentarismo chegaram a quase 50 diários, um atrás do outro, praticamente morava na sacada do ap, mas nesta época já fazia a tal dieta dos doces, malhava em uma academia, comia doces e fumava, emagreci, claro, uma fatia de bolo por dia mais 50 cigarros, mas nos fins disso tudo, tragava um cigarro e a fumaça voltava, entendem né? CHEGA DEISE PRISCILA, lembro do meu pai dizendo! Minha família me deu o maior apoio para parar de fumar, mas para mim, mesmo com uma ferida no pulmão esquerdo ainda era difícil abandoná-lo, pois sabia que os bolos aumentariam, mas não deu, a vida e a saúde falaram mais alto.

            Me joguei no tratamento, a ansiedade batia e eu saia andando, correndo pela cidade, fosse de manhã ou madrugada, neste tempo estava com 44 kg, e aos poucos logo na segunda semana fui sentindo novamente o gosto das comidas, novas e antigas, ganhei uns 7 quilos, caminhava todos os dias uma hora no parque Ramiro e no final do ano passado apostei em comer comida de adulto, tipo, almoçar, experimentar, reeducar o paladar, comer uns doces quando nas tpms da vida, procurei uma nutricionista, fui pra academia pertinho de casa, mas sem abandonar o Ramiro aos domingos, adoro aquele lugar, e há três meses tenho uma treinadora super dedicada (inteligente) que me faz sentir segura nos treinos e motiva à uma vida saudável.

            Então, penso que mudar padrões alimentares, como a própria palavra diz, não significa dieta de 10 dias ou sair da academia e achar que dá pra virar criança de novo, além disso, a esteira queima metade de um pedaço de bolo, ai sabe, nem compensa ir. Vejo muitas pessoas querendo fazer milagres, eu também tentei, não deu, fiquei zilhões de vezes doente, tossia como uma velha de 70 anos, mesmo assim, me dou ao luxo de comer meus doces às vezes, porque bom, um pouco infantil é até saudável ser, mas academia é como água com azeite, não combina.

            Hoje me sinto bem, pra falar a verdade nem sei quanto estou pesando, treino hipertrofia, confio na minha treinadora Talita Moretti e na minha nutricionista Nádia Venturi, como também na minha terapeuta Carla Cumiotto, mas sei que depende de mim, do meu esforço e dedicação e aí que está, viver saudável, para além do corpitcho idealizado que só te faz sentir mais rebaixada e com vontade de deslizar nos azeites da vida.

            E bom, como já falei nos posts anteriores, corri 5 km em 28 minutos no último domingo, me senti a realização em pessoa, pulmão, resistência, forças super!!!

Nada de moralismos né, mas não gosto do desrespeito com os profissionais da Saúde, como educadores físicos e nutricionistas que muitas vezes são equiparados a mágicos, tudo depende do que você faz antes, durante e depois dos treinos!



Tenho insônia por isso os textos saem tão cedo!

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