sábado, 26 de maio de 2012

Pra Começar: Entre Silêncios e Produções

            



            Há tempos tenho vontade de escrever sobre o cotidiano, mais especificamente de como descomplicar a vida e viver sem muitos imperativos e imposições, contudo ficava preocupada com o sentido que tais escritas poderiam produzir, afinal quando se é estudante de Psicologia tudo que mais se deseja é afastar-se dos tais manuais de autoajuda, mas o tempo, as experiências cotidianas foram me mostrando que poderia compartilhar um pouco da minha vida para descomplicar a vida alheia, nada de autoajuda, apenas contar histórias que possam servir de propulsão para resolução de problemas que muitas vezes apenas necessitam de acolhimento e escuta, desta forma espero que as coisas que vivi possam lhe fazer refletir, para no mínimo se sentir melhor, atenuado ou empolgado (isso seria melhor) a querer saber mais sobre isso: O existir.
            Frase tipíca, jargão de psicanalista “Fale-me mais sobre isso” , pensamento recorrente de paciente “Não quero saber disso, pois é, não tem saída, quanto maior o silêncio daquilo que gera dúvidas, maior o sofrimento, mas tudo bem, sabemos que cada um tem o seu tempo para saber, mas não custa fazer uma forcinha e dedicar um pouco do seu dia para refletir sobre suas escolhas e consequentes perdas, acho que isso atenua o silêncio e faz querer saber, ou quem sabe na complexidade em que gira em torno ao ser humano, haja uma pequena fuga de si mesmo, mas ela é passageira porque o silêncio pode, o tal Sai pensamento podem até persistirem mais algo da ordem do corpo irá persistir, o corpo falará aquilo que a representação subjetiva não deixara falar (As tais recorrentes dorzinhas).
            Estudar Psicologia, terapia nos torna pessoa paradoxais e isso gera extremos sentimos em nossos amigos e pacientes, ora acolhemos por outros momentos silenciamos, porque bom, já que falo de fugas e silêncios, digo que são eles a linha entre o mesmo e a novidade, o tornar-se outro, criar outra representação.
            Obviamente isto não ocorre do dia pra noite, nem na noite seguinte para outra, quem sabe dure semanas, meses e dependendo dos casos, onde cada letra deverá ser encontrada para atenuar o silêncio anos passarão, mas enquanto isso dá pra se sentir melhor somente pelo fato de logo de início dar-se conta que a gente pode e deve se sentir bem e isto começa por nossas escolhas, poder escolher é a nossa maior liberdade, contudo para muitos é também estagnação, repetição, alienação, sentido de sofrimento carregado principalmente pelas gerações que viveram anteriormente a nossa.

Deise Delagnolo

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